Algumas conclusões do estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – primeiro trimestre de 2022” foram divulgadas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no final de abril em coletiva de imprensa. Conforme a entidade, a preocupação com o aumento de custos da construção persiste e o setor “ganha” novos problemas. Há sete trimestres consecutivos o alto custo dos insumos é o principal problema do setor. No entanto, a preocupação com a taxa de juros vem crescendo. A falta ou o alto custo do trabalhador qualificado também tem sido um problema crescente.

O evento contou com a participação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, da economista da entidade, Ieda Vasconcelos, e do gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, que apresentou a Sondagem da Indústria da Construção.
De acordo com a pesquisa, a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 46,7% dos empresários. “A gente já convivia com problemas crônicos como a alta carga tributária e o aumento dos insumos, mas agora a elevação da taxa de juros também entrou no radar como um problema grande para o setor”, afirmou Martins.
A taxa de juros elevada tem sido um problema crescente e foi destacada por 26,7% dos entrevistados. Segundo a economista Ieda Vasconcelos, este foi o maior patamar desde o segundo trimestre de 2017, que era de 27,9%. “Em relação a março de 2021, que era 11,6 pontos, a alta foi de 15,10 pontos. Este foi o problema que apresentou o maior incremento, na comparação do primeiro trimestre de 2022 em relação a igual período do ano anterior”, analisou. Já a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi relatada por 18,2%. De acordo com o estudo, este é o percentual mais alto desde o primeiro trimestre de 2015.
Custo dos insumos
O indicador de preço médio dos insumos rompeu a sequência de dois resultados de recuo e voltou a apresentar aumento no 1º trimestre deste ano. O índice de evolução do preço médio dos insumos e matérias primas, de acordo com a Sondagem, passou de 70 pontos, no 4º trimestre de 2021, para 75 pontos de janeiro a março de 2022. Isso significa, de acordo com a economista, que a percepção do empresário com o aumento dos custos ficou mais forte nos primeiros meses de 2022.
A alta pode ser comprovada pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – Materiais e Equipamentos, que acumulou incremento de 51,21% de janeiro de 2020 a março de 2022, envolvendo quase todo o período da pandemia. O INCC total registrou aumento de 26,31% no mesmo período.
Contudo, apesar do alto custo dos insumos, o estudo aponta que a confiança do empresário do setor se mantém em patamar elevado. O Índice de Confiança do Empresário da Construção em abril deste ano chegou a 55,5 pontos. Em relação ao mês de março, o indicador manteve estabilidade (55,3 pontos).
Fonte: Assessoria de Imprensa da CBIC